Bem-estar
12/11/2019 08h00
Ando Esgotado...
Saiba mais sobre a síndrome de Burnout, um mal cada vez mais comum na nossa sociedade e que muitas vezes eclode no fim do ano.
Por Nosso Bem Estar
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Ando Esgotado...
Você já ouviu falar na síndrome de Burnout? Ela está relacionada ao esgotamento profissional, e pode atingir pessoas de variadas idades e profissões, afetando a saúde e a qualidade de vida.
A pressão no trabalho, somada a uma rotina corrida, em que o profissional não tem horário para sair da empresa e abre mão do tempo com a sua família e dos cuidados com a saúde, se torna prejudicial para o organismo, e pode ocasionar um colapso físico e mental, conhecido, atualmente, como síndrome de Burnout.
A situação gera cansaço extremo, dor de cabeça, isolamento, negativismo, entre outros sintomas, e afeta a qualidade de vida, os relacionamentos e claro, a carreira profissional. Sendo assim, quem deseja ter uma vida saudável precisa equilibrar os compromissos de trabalho e os cuidados com a saúde para não sofrer dessa doença.
Entretanto, o Burnout está se tornando cada vez mais presente no mundo corporativo. Diante disso, preparamos esse artigo para explicar melhor o que é essa síndrome e como evitá-la. Acompanhe!
O que é a síndrome de Burnout
A doença vem sendo estudada há muitos anos — o termo Burnout foi criado pelo psicólogo Herbert J. Freudenberger em 1974 —, e está relacionada ao excesso de tarefas profissionais, que causa um esgotamento do corpo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a síndrome de Burnout como um fenômeno ocupacional. A sua definição oficial na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) é: “síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”. Segundo a OMS, ela pode ser caracterizada por três principais sintomas:
- exaustão ou esgotamento de energia;
- negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho;
- redução da eficácia profissional.
Além desses sintomas, a doença pode ocasionar outras complicações para o organismo, como: dor de cabeça; insônia; comportamento depressivo, ou sentimento de desesperança; dificuldade de concentração; esquecimento; pressão alta, entre outros. Contudo, vale destacar que os sinais podem se manifestar de forma diferente em cada pessoa.
No início, é comum que os sintomas aparecem em grau leve e sejam deixados de lado, já que podem ser confundidos com cansaço ou um estresse passageiro. Entretanto, é importante dar atenção a eles e procurar auxílio médico. Não se pode negligenciar os sintomas de estresse, especialmente se eles acontecem com certa frequência, já que essa é uma reação do organismo que indica a necessidade de ajustes comportamentais e na rotina.
A síndrome de Burnout é resultante de estresse crônico, e costuma se manifestar de forma gradativa, até ocasionar episódios mais preocupantes, como esquecimentos durante o trabalho e sintomas físicos, por exemplo, crise de choro e exaustão.
Profissões mais suscetíveis à síndrome de Burnout
Todos os indivíduos podem sofrer de Burnout: a condição dependerá de alguns fatores, como a carga de trabalho, a rotina profissional, o ambiente, entre outros.
Há algum tempo, a jornalista Izabella Camargo, ex-apresentadora da Rede Globo, e o ator e cantor Lucas Lucco revelaram que sofriam da doença. E eles não são os únicos - personalidades famosas, como Beyoncé, Angelina Jolie, Rihanna e Lady Gaga também foram diagnosticadas com Burnout. A Rihanna, por exemplo, revelou em um documentário sobre o seu álbum, que teve um colapso devido à rotina frenética de gravação, e precisou ser internada por exaustão. A artista teve sintomas como crise de choro compulsiva e dificuldades para dormir.
Entretanto, engana-se quem pensa que o transtorno atinge apenas pessoas das áreas das artes e comunicação. Há profissões que podem apresentar um risco de esgotamento maior do que outras, a exemplo de profissionais das áreas da saúde, segurança, educação, financeira e vendas. Algumas situações podem favorecer o surgimento da doença, tais como:
- sobrecarga de trabalho;
- ambiente negativo;
- excesso de responsabilidades;
- falta de reconhecimento na empresa;
- dupla jornada.
Além disso, a época de fim de ano pode contribuir para o esgotamento profissional, já que costuma haver um crescimento nas responsabilidades e uma pressão maior por metas no trabalho, aumentando o estresse. Contudo, independentemente da profissão e do período do ano, é fundamental dar atenção aos sinais do corpo de que algo não está indo bem.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento
Quem tem dúvidas se apresenta ou não o transtorno deve procurar um profissional especializado, psicólogo ou psiquiatra, para avaliar a situação. O diagnóstico levará em conta os sintomas, o histórico do paciente e o seu envolvimento com o trabalho, além da realização de exames.
Já o tratamento pode incluir um afastamento temporário das atividades profissionais, terapia e o uso de remédios para o controle dos sintomas. A realização de atividades físicas e técnicas para relaxamento, como meditação e yoga, também podem ser positivas para lidar com a situação.
Como evitar a síndrome de Burnout
Como o Burnout está relacionado à pressão no trabalho e a um nível profundo de estresse, a forma como você lida com essas situações em sua vida pessoal e profissional será determinante para evitar o surgimento da doença. Veja, a seguir, algumas recomendações.
1 -Estabeleça prioridades
Por mais que se queira, não dá para abraçar o mundo com as mãos. Sendo assim, é importante estabelecer prioridades e objetivos na vida profissional e pessoal. A dica, nesse caso, é fazer listas para organizar as tarefas e compromissos e, assim, conseguir dividi-los de forma mais saudável. Isso ajuda na produtividade e evita o esgotamento de tentar fazer tudo ao mesmo tempo.
2 - Cuide da saúde e do bem-estar
Por mais que a rotina seja corrida, não abra mão dos cuidados com a saúde. Além disso, invista em atividades que tragam bem-estar, como hobbies, passeios com a família, viagens, encontro com amigos etc. Essas situações são significativas para sair um pouco da rotina e aliviar a pressão do trabalho.
3 - Pratique atividades físicas
Atividades físicas são essenciais para uma vida saudável, pois elas ajudam a manter o bem-estar, a qualidade de vida e a saúde em dia. Sendo assim, procure algo que goste de fazer, como caminhada, natação, arte marcial, pedalada ou dança, e reserve alguns períodos na semana para se dedicar a isso.
4 - Dê atenção ao seu sono
O corpo precisa de um sono de qualidade para repor as energias e se preparar para o novo dia de compromissos pessoais e profissionais. Por isso, dê atenção à duração do seu sono e veja se ele é reparador — algumas pessoas acordam cansadas, mesmo depois de dormir uma noite inteira sem interrupção. Vale destacar que insônia e cansaço excessivo podem ser sinais de Burnout.
5 - Não ignore os sintomas
Se, mesmo com todos esses cuidados, você identificar sinais de estresse ou cansaço extremo, não ignore a situação e nem se automedique. É fundamental buscar acompanhamento médico para identificar o problema e realizar o tratamento adequado, impedindo o avanço da doença e outras complicações.
A pressão excessiva, a busca pela perfeição e a dificuldade de se desligar do trabalho são alguns dos fatores para a síndrome de Burnout — um mal que vem afetando muitas pessoas e que, como vimos, pode causar uma série de complicações. Sendo assim, é importante ficar por dentro do assunto e buscar formas de equilibrar a vida social e profissional, reservando um tempo para curtir a família, ter momentos de lazer, fazer atividades físicas, entre outras situações que agreguem bem-estar.